13/02/2025 às 19h31 - atualizada em 13/02/2025 às 20h02
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Vitoria Inacia
Macapa / AP
Nos últimos anos, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) têm discutido alternativas ao dólar americano no comércio internacional. Essa discussão se intensificou devido à crescente influência dos EUA nas economias globais por meio do dólar, e ao uso das sanções financeiras americanas como uma ferramenta de poder.
Objetivo de Reduzir a Dependência do Dólar: Os países do BRICS têm buscado uma maneira de reduzir a dependência do dólar nas transações internacionais. Essa iniciativa visa aumentar a autonomia econômica, já que o dólar é amplamente utilizado nas transações globais e tem sido associado a práticas de sanções econômicas impostas por Washington.
Alternativas ao Dólar: Algumas propostas incluem o uso de moedas nacionais no comércio entre os membros do bloco (como o yuan chinês, o rublo russo, o real brasileiro, etc.), ou até a criação de uma moeda comum para os BRICS. A ideia é reduzir os custos de transação e evitar o controle financeiro exercido pelo dólar.
Desafios e Implicações: Embora as discussões sobre substituir o dólar sejam importantes, existem muitos desafios. O dólar ainda é a moeda mais confiável para grandes transações internacionais, devido à sua estabilidade e à confiança que os mercados internacionais depositam nele. Para os BRICS, adotar uma moeda comum ou outras alternativas teria que superar questões como a integração de economias com diferentes políticas monetárias e níveis de desenvolvimento.
Durante o governo de Donald Trump, os Estados Unidos adotaram uma política externa mais agressiva, incluindo a aplicação de sanções financeiras sobre países como Irã, Venezuela e Rússia. Trump ameaçou diversos países com sanções para obrigá-los a seguir a política americana ou enfrentar severas consequências econômicas. Esse uso do dólar como uma ferramenta de pressão foi uma das razões para o crescente interesse dos BRICS em alternativas.
Além disso, Trump via qualquer movimento de desdolarização como uma ameaça à hegemonia econômica dos EUA, o que poderia prejudicar a posição do país no sistema financeiro global. A ideia de um sistema financeiro mais multipolar, em que outras moedas como o yuan ou até uma moeda comum dos BRICS fossem mais relevantes, é vista como um desafio à supremacia do dólar.
Trump, ao fazer ameaças, estava tentando manter o domínio do dólar como moeda global dominante, evitando que potências rivais, como a China ou a Rússia, fortalecessem suas próprias moedas e estratégias financeiras. O ex-presidente dos EUA também se opôs ao fato de os BRICS discutirem o uso de moedas alternativas, como o yuan, que poderia beneficiar a China em detrimento dos interesses americanos.
E o para o Brasil seria benéfico nos seguintes pontos:
O Brasil, como outros países emergentes, está frequentemente sujeito a flutuações e pressões do mercado internacional relacionadas à cotação do dólar. Uma maior diversificação de moedas no comércio internacional pode ajudar o Brasil a reduzir sua exposição a essas oscilações.
Caso o Brasil consiga transacionar em moedas próprias ou em uma moeda alternativa dos BRICS, ele estaria menos vulnerável a sanções econômicas impostas pelos EUA, como aconteceu com a Venezuela e o Irã. Isso daria ao país mais liberdade para desenvolver sua política econômica sem o risco de ser punido por não seguir os interesses americanos.
Ao usar moedas nacionais no comércio entre os membros dos BRICS, o Brasil poderia se beneficiar de transações mais diretas e econômicas, sem a necessidade de converter suas receitas para dólares. Isso pode reduzir custos de transação e tornar o comércio mais eficiente.
A China, por exemplo, é o maior parceiro comercial do Brasil, e uma maior integração econômica entre os dois países poderia impulsionar as exportações brasileiras em setores chave como soja, carne e minério de ferro.
Participar ativamente da criação de um sistema financeiro mais multipolar poderia dar ao Brasil mais autonomia em suas decisões econômicas. A dependência do dólar é um reflexo do poderio financeiro dos EUA, e com alternativas, o Brasil poderia aumentar seu controle sobre a economia interna e internacional.
Isso também poderia ser uma forma de aumentar o poder de negociação do Brasil em organismos financeiros internacionais, como o FMI e o Banco Mundial, reduzindo a influência predominante dos EUA.
Uma aproximação maior com os BRICS e um movimento para alternativas ao dólar podem gerar novas oportunidades de investimento, especialmente se o Brasil se tornar um dos principais motores dessa transformação. Ao fortalecer sua posição dentro do bloco, o Brasil pode atrair mais parceiros comerciais e investidores de outras economias emergentes. Além disso, países como a China e a Índia, que têm economias em crescimento rápido, podem investir mais diretamente em projetos no Brasil, aumentando a conectividade e as parcerias comerciais.
Se o Brasil adotar moedas alternativas ou se engajar em uma rede financeira mais diversificada, ele poderia diversificar suas reservas internacionais, diminuindo a dependência de dólares em suas reservas de divisas. Isso traria mais segurança à economia brasileira, especialmente em momentos de crise econômica global.
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