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09/04/2025 às 12h26 - atualizada em 09/04/2025 às 12h41

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Vitoria Inacia

Macapa / AP

Raro filhote de peixe-boi possivelmente híbrido é resgatado em comunidade ribeirinha do Pará
Ação conjunta entre ribeirinhos, forças de segurança ambiental e pesquisadores do IEPA resulta no salvamento de um espécime com características incomuns e potencial relevância científica
Raro filhote de peixe-boi possivelmente híbrido é resgatado em comunidade ribeirinha do Pará

 



Uma operação coordenada envolvendo moradores locais, a Companhia Fluvial do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do Amapá e especialistas do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) culminou no resgate de um filhote raro de peixe-boi, nesta segunda-feira (7), na comunidade de São Bernardo, situada no município de Afuá, estado do Pará.


O animal foi encontrado encalhado por ribeirinhos da região, cuja pronta atuação ao notificar as autoridades competentes permitiu uma resposta célere. Imediatamente, uma equipe da Companhia Fluvial foi mobilizada, contando com o apoio técnico de biólogos do IEPA, que garantiram o transporte seguro do filhote até as instalações da corporação em Macapá.


Segundo avaliação preliminar da equipe científica, o exemplar resgatado possui cerca de 30 dias de vida, sendo portanto um recém-nascido. No entanto, o que mais despertou o interesse dos especialistas foi a possibilidade de se tratar de um espécime híbrido – um cruzamento entre o peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis) e o marinho (Trichechus manatus).


As suspeitas ganham força diante da ausência de traços típicos das espécies parentais: o peixe-boi amazônico apresenta uma mancha branca na região ventral, enquanto o marinho exibe unhas nas nadadeiras peitorais. O filhote resgatado, por sua vez, não apresenta nenhuma dessas características, reforçando a hipótese de hibridização – um fenômeno extremamente raro na natureza.


Essa possível ocorrência híbrida tem grande valor científico, sobretudo pelo fato de ambas as espécies estarem classificadas como ameaçadas de extinção. A descoberta ressalta a urgência da conservação e proteção dos ecossistemas aquáticos amazônicos.


Atualmente, o filhote encontra-se sob cuidados intensivos em um tanque especialmente preparado nas dependências da Companhia Fluvial. O animal apresenta um bom quadro de saúde e vem recebendo acompanhamento veterinário especializado, o que aumenta significativamente as chances de sua reabilitação e posterior transferência para o Bioparque da Amazônia, onde deverá receber cuidados continuados em ambiente controlado.

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